Monday, May 7, 2007

A inteligência do polvo


O polvo, cefalópode invertebrado habitante dos oceanos, é um animal extremamente inteligente com grande volume cerebral e um sistema nervoso altamente complexo disperso por todo o corpo.


O polvo é capaz de desarrolhar tampas de frascos, decorar a sua habitação com belas pedras, conchas e pedaços de vidro colorido, esconder-se, resolver labirintos e problemas, distinguir padrões e formas, praticar aprendizagem por observação e mesmo brincar atirando garrafas ou objectos contra a corrente e apanhando‑os de seguida.

Esta inteligência não é fruto da imitação nem parece advir do instinto, pois os polvos quase não contactam com os seus progenitores e têm uma vida solitária.

Diversos estudos demonstram que estes animais com grande capacidade e delicadeza sensoriais são capazes de aprender, sentir dor, reter memórias e utilizar conhecimentos adquiridos para resolverem problemas.

Os polvos são capazes de planear acções e de as executar de acordo com objectivos traçados de modo a favorecer a sua vida e a sua sobrevivência.

Tal como as lulas, os polvos conseguem mudar as suas cores e padrões desde o verde e azul até ao cor-de-rosa. Estas mudanças constituem um tipo de linguagem visual que inclui sinais para substantivos e verbos. As variações ocorrem conforme a época de acasalamento, comportamento, stress, intenção de comunicação mútua e servem também para localizar presas transparentes.

Também a estrutura complexa do olho cefalópode, semelhante à dos vertebrados e capaz de visão polarizada, nos diz bastante acerca do estado evolutivo avançado do polvo, visto que os animais que possuem este tipo de órgão num grau tão desenvolvido têm mais hipóteses de sobreviver (evitar predadores, encontrar alimento e parceiro para procriar) e passar essa mesma característica de sucesso à sua descendência.

Os olhos dos cefalópodes têm uma capacidade única de rotação e constante orientação em relação à força da gravidade, o que permite à pupila manter sempre uma posição horizontal para que o cérebro do animal interprete toda a informação visual desta forma, independentemente do ângulo em que o corpo se possa encontrar.

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